OS "MARAJÁS" DO SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL
A direrença salarial da elite, do serviço público no Brasil, quando comparada a maioria dos servidores, nos faz lembrar a Índia durante o período colonial ingles.
Por ocasião do período de dominação britânico, predominou a divisão social por castas. E assim, por vontade dos "deuses", os bem nascidos, seriam merecedores do bom e do melhor. Enquanto que, os mau nascidos, estariam socialmente excluidos, e isso se devia, a vontade de um ser superior.
Mesmo que, o sistema de castas, tenha sido abolido oficialmente, durante a independência indiana, permaneceu na cultura e tradições da Índia. E assim tem sido por décadas, sendo uma forma de perpetuar as desigualdades.
Ser um brâmane, é estar próximo dos deuses, pertencerá a uma elite privilegiada. Mas ser um dalits, será um lixo social, e por toda a vida.
No Brasil, oficialmente não existe castas, mas parece ter; quando se observa remunerações de segmentos específicos, de servidores públicos privilegiados, que possuem tratamento de "marajás".
O país, gasta os impostos recolhidos do povo, para pagar salários milionários aos "bem nascidos", em cargos do executivo, legislativo e judiciário.
Apesar de estarmos longe, de sêrmos um país de primeiro mundo, remuneramos esses segmentos de funcionários públicos, como se tivéssemos riqueza compatível a países desemvolvidos.
A gastança pública desenfreada, já alcança 76% do PIB, o rombo fiscal para o ano corrente é de R$ 139 bilhões, falta o essencial para o povo, enquanto isso os privilégios das "castas" permanecem intocáveis.
Temos uma renda per capita de US$ 8.649,00, que comparado com a Alemanha que é de US$ 45.552,00, e a norte americana que alcança US$ 57.300,00, é visível a imensa diferença. Diante de tal situação, podemos pagar salários astronômicos, superiores a países de de primeiro mundo, sem que tenhamos renda?
Por que o discurso da "crise" e do "sacrifício" veiculado na mídia, foca tão somente, a necessidade de reforma trabalhista, como também o regime geral previdenciário? por que não toca nos privilégios das "castas", que se locupletam dos impostos do povo?
Oficialmente há um teto constitucional de R$ 33.700,00, para remuneração do serviço público, cumprem? incorporam gratificações de toda sorte, penduricalhos... vira um puxadinho ... depois uma cobertura ... onde o céu é o limite.
No legislativo federal, a remuneração é o teto, mas cada cada deputado custa para o contribuinte R$ 150,000,00 mensais. (verba de gabinete, salário, auxílio moradia, cota parlamentar ...) uma fortuna para um país em desemvolvimento e que está em crise.
Faz sentido, um estado pobre como o Maranhão ... sem saneamento... saúde precária, pagar 18 salários de US$ 10.000,00 anuais a cada deputado estadual, sendo que o salário mínimo, pago a maioria do povo, não chega a US$ 300,00?
Vejam no senado!!! , um Assistente Parlamentar comissionado, chega a receber R$ 20.550,16 , um Técnico Judiciário de carreira, chega a receber R$ 21.239,74. E pasmem!!! um motorista dos parlamentares, ter remuneração média de R$ 10.007,11 , um verdadeiro escárnio para com os impostos do contribuinte.
E quanto ao judiciário, a balança está mais do que torta, basta olhar a realidade financeira do país. Parece inacreditável !!! mas no estado de Mato Grosso, (84) magistrados, em 2017, tiveram rendimentos mensais superiores a R$ 100,000,00. E acredidem se quiserem, no mesmo estado, um juíz chegou a receber em um único mês R$ 503,000,00.
Em outros estados da federação, como Piauí e Maranhão, onde a saúde está na UTI, e a pobreza não tem nome, juízes tiveram rendimentos entre R$ 65,000,00 e R$ 229,000,00. Em Sergipe, estado extremamente pobre, pagou salários mensais a juizes de R$ 61.901,00 . No estado do Ceará, há desembargadores com rendimentos de R$ 65,000,00.
Mas os absurdos não param por aí, no estado de Minas Gerais, há juízes do Tribunal de Justiça com rendimentos de R$ 470,000,00, um insulto aos miseráveis do vale do jequitinhonha. Em Alagoas, um estado extremamente paupérrimo , IDH abaixo da média,desembargadores , chegam a receberem mensalmente R$ 202,000,00 mensais.
Nada falta para a elite da magistratura, dispõem de auxílio moradia, auxílio alimentação, auxilio saúde, auxílio transporte, auxílio pre-escolar para filhos, abono de permanência, gratificação natalina, adcional de insalubridade, indenização de férias (60 dias) ...
E aqui, não questiono a capacidade das excelencias e nem a legalidade. Mas o foco do problema, é a renda do país, quando comparado a países bem mais desemvolvidos e muito mais ricos.
Na Suécia, em nenhuma instância do judiciário, um magistrado tem carro oficial e motorista, como também não recebem essas inúmeras gratificações disponibilizadas a membros do judiciário forma de penduricalhos. Lá um salário de magistrado, é de 100,000,00 corôas, ou U$ 12,048,00 algo em torno de R$ 39,000,00.
Na Alemanha, uma das maiores economias da europa, um juíz da cidade de Hamburgo, recebe mensalmente 5936,00 euros, o equivalente a R$ 24,000,00. Nos Estados Unidos, um juíz de Nova York, tem rendimentos de US$ 16.500,00 , aproximadamente R$ 54.000,00, na Inglaterra, um magistrado possui renda mensal de 8,300,00 libras. que convertido em reais chega a 68,890,00.
Nesse contexto, de realidades econômicas diferentes, onde está a coerência do discurso da "crise" brasileira, proferida pelos governantes? por que os impostos recolhidos do povo, tem que serem destinados para remunerar nababescamente, castas de privilegiadas?
Enquanto o estado, fecha os olhos para esses desperdícios ... atrasa salários de funcionários públicos, como policiais e professores ... escasseia medicamentos nas farmácias governamentais ... o saneamento inexiste, falta até esperança!!!
Mas o que vivenciamos, será por vontade dos "deuses"? devem as castas privilegidadas disporem do bom e do melhor... enquanto os excluidos não dispõem de saúde adequada, recebem salários miseráveis, e são obrigados a aceitarem sua condição de excluidos, será também por desejo desses mesmos "deuses"?
Até quando a elite da pátria tratará como alienados os milhares de párias, sem presente e nem futuro? O povo ainda não ouviu o grito do Ipiranga ....