domingo, 26 de novembro de 2017

O Prefeito peregrino e o burro do cigano

                                               
                         O PREFEITO PEREGRINO, E O BURRO DO CIGANO


               A situação fiscal  de dificuldades dos  municípios,   decorre principalmente, da má gestão dos prefeitos que os administram; e isso nos faz lembrar, a história do  "burro do cigano", que ao final relatarei.
               O descontrole de contas, está visível no Relatório de Gestão  Fiscal do TCE.  Basta observar os dados do  segundo quadrimestre, os gastos com despesas de pessoal, estão na estratosfera.  Municípios como  Ibicuitinga, gastou 71,57% das  Receitas Líquidas Correntes ... Ibaretama 71,26% ... Chaval  67,52% e inúmeros outros,  que estão no vermelho ... gastaram o que não podiam.
               Itapajé gastou 46,71%.  Modêlo  de administração exemplar?  Não, longe disso, "esverdeou" por conta de artifícios que utilizou. Ao invés de conceder reajuste a servidores, concedeu ABONO, e assim  burlou os encargos previdenciários, e prejudicou a  CAPESI. Agindo assim, artificialmente    não pressionou as Receitas  Líquidas Correntes.  Quanto a  "bondade do abono",  este pode ser cancelado  a qualquer momento. O que está azul, logo ficará "roxo"....
               Outro malabarismo, é a não inclusão da dívida previdenciária de R$ 1000,000,00 devido a Caixa de Previdência, que até então, sequer o  parcelamento foi remetido para votação na Câmara. Obrigação não paga, e que pressionaria as despesas.  E assim valendo-se do emprego de "calotes" aparentemente as contas ficam "esverdeadas" e ajuda a  manter essa legiao de contratados.  Isso na prática, representa um visível descontrole de contas.
               Atrasos se tornaram recorrentes, mesmo que as receitas não tenham diminuído, mas falam ao contrário, e a "imprensa marrom" junto com blogueiros, divulgam como verdade absoluta. Mentira.!!!  só para  exemplificar, até bem pouco tempo,  os pagamentos dos funcionários do  Hospital, NASF, SMS/FMS  e PSF,  estavam em atraso, valor  da folha a ser pago, R$ 654,754,30 mais 23,32% referente a parte patronal.
               Argumento: não havia dinheiro, é o que afirmavam. E por que não havia? esse é o cerne da questão...!!!  Ora, se a média dos recursos  do município, que adentraram no  segundo quadrimestre, foi superior a R$ 8.283,000,00 ,   o percentual legal das Receitas Líquidas Correntes, é mais do que suficiente para o custeio dos sevidores essenciais,  e não para "farra de cabide de emprego". 
               Não há como manter despesas com 1007  contratados e mais 157 comissionados.  Os gastos do período em análise  foram de R$ 9.200,000,00 , sem contar a previdência.  A retirada desses recursos estão comprometendo a qualidade dos serviços básicos, e a dignidade dos servidores de carreira e enterrando  a previdencia.  É  deste modo que o prefeito "blindará a  CAPESI? a   "solda azul" não serve nem para teflon de panela ... derrete até no sol   ....
               E não  pára  por aí, acrescentemos as consultorias, as assessorias e tantos outros penduricalhos, e  só assim  endenderemos as razões  pelos os atrasos frequentes, e que infelizmente voltarão a ocorrer em dezembro, será um caos ...
               A previdência municipal já estremece. Recursos devidos pelo município a CAPESI, há dois meses, não estão sendo  repassados. Inclusive os referentes a parcelamentos,   valores que vão além  de R$ 1.200,000,00.  Nem os descontos de empréstimos consignados, foram transferidos aos bancos. Uma vergonha ...!!! servidores sendo cobrados por calote  de terceiros.
               E por falar em "CRISE" .... esta foi criada pelos próprios prefeitos , e que recentemente estiveram em Brasília  (21/22 nov) sob o patrocínio da Confederação Nacional dos Municípios, com o propósito de buscarem soluções para a falta de recursos, há questionamentos a fazer.
               Ora, as dificuldades decorrem, principalmente de má gestão. Gastam mal, há  um inchaço da máquina pública, querem manter o poder a qualquer custo, na manutenção de "currais eleitorais". Sabe quem paga a conta? a saúde  pública, os hospitais, as escolas, os transportes,  as farmácias do povo, a previdência dos idosos , o atraso nos salário dos servidores ...
               Quanto a  viagem do "prefeito peregrino" a Brasília,  o município   foi beneficiado  com um aporte anual de R$ 656,643,00 ,  algo em torno de R$ 54,720,00 ao mês  acrescido ao FPM,  o que não passa de "migalhas" numa sacolinha, diante do excesso de despesas assumidas pelo município. O trem da alegria está "lotado", e está descarrilhando nos trilhos da incompetência.
                As vésperas de um ano eleitoral,  a chatagem dos prefeitos, ainda conseguiram "espetar"  o já combalido deficite  público do país, em um acréssimo de 1% do FPM (2 bilhões). Conseguiram também, a exclusão de 50% do bolo de dividas previdenciárias prescritas, obtiveram um estímulo ao calote, pagamento de debitos previdenciários em 240 meses. Uma vergonha.!!! de concreto,  nada aqui chegou ... inadimplentes não se habilitam a convênios...
                 A verdade,  é que nada chega para esses prefeitos,  que são um escarnio para o bolso do contribuinte, pois o retorno social do que gastam, é praticamente nulo. E aqui em Itapajé, não está  muito diferente, quando se refere a administração do " prefeito peregrino", que pode comparado com a história do burro do cigano.
                 Havia um cigano, que tinha um burro, era seu único meio de transporte, e que utilizava para realizar negócios na feira, em uma cidade vizinha.  Lá ia  com frequência, ganhava algum dinheiro , comprava o essencial e  sobrava  pouco para os tragos. Era a "CRISE" nos negócios ... mas um dia voltando, pensou:  e se reduzisse a ração do "burro" ... sobraria mais dinheiro e beberia mais uns tragos ....
                 E assim fez, passado algum tempo, percebeu o burro mais magro, entretanto, ele tinha conseguido beber muito mais copos ...
                 Na verdade, dinheiro nunca é demais, foi aí que o cigano pensou: vou reduzir mais ainda a ração desse burro, reforçou o corte .... e assim o pobre burro perdeu muitos quilos. Sobrou mais dinheiro e passou a beber  muito mais, e todos o dias.
                  Foi aí que o cigano, resolveu  ir mais além, e pensou: "e seu desabituar o burro de comer" ... ficarei com todo o dinheiro da ração, para beber todos os copos que eu quiser.      Rapidamente pôs a idéia em prática, reduziu o essencial, até deixar o bicho sem comer...
                  Passados alguns dias,  um amigo o encontra, e interpela sobre a  sua ausência,  e do burro no mercado.  Abandonastes os negócios de mascate? eis que o cigano respodeu: ...aconteceu ... uma trajédia ... estou sem nada... e logo agora que o burro  estava desabituado a comer e morreu.
                  E perguntarão os leitores, por que a história do burro do cigano pode ser comparada  a administração do  "dr dimas"? fácil de entender, quando um prefeito não prioriza as despesas essencias, a administração se torna um caos.  No hospital atendem mau, pois o servidor está em atraso, e até o natal talvez só tenha recebido o décimo terrceiro ...
                Os remédios básicos faltam na farmácia... e a culpa é do deputado. Os repasses deixam de serem feitos a  Caixa de Previdência, comprometendo a velhice dos que dela dependem, e a culpa é da " CRISE" ....  quer dizer dos "calotes"  ... é " doutor" se o senhor   resolver "desabituar" os bichos de comerem, não morrerá somente o burro,  mas também os cavalos, e toda estrutura  administrativa do município. 
                  O Prefeito "peregrino", está em uma encruzilhada, ou ele escolhe o que é essencial, para gastar o dinheiro público, e realizar um choque de gestão, cortando tudo o que for supérfluo; do contrário a sua gestão será um fiasco, anêmica em investimentos, e com obesidade mórbida em gastança,  e propensa a "calotes",  estará condenada a ter o mesmo destino do burro do cigano ...
     

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