sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Os padres ... a política e a fé ...



                                  OS PADRES ... A POLÍTICA E A FÉ ...  

                        Os clérigos (Padres e religiosos), são proibidos de assumirem cargos públicos?  mas eles obedecem ? ou pagam pra ver? Vejamos o que diz as Normas do direito Canônico. O Cânon 285, § 3º diz:  " .... os Clérigos  são proibidos de  assumir cargos públicos que impliquem participação no poder civil.
                        Sobre o mesmo tema, o Cânon 287, § 2º  afirma: " .... que os clérigos não tenha parte ativa em partidos políticos e direção  de associações sindicais  (...) . Vale o escrito? E se vierem a infringir?  É-lhes vedado, o execício ministerial presbiteral, apenas ficam impedidos de  celebrarem os sacramentos, sobretudo a eucaristia.
                        E quando eventualmente  os clérigos são eleitos, são suspensos da ordem enquanto estiverem  no exercício do mandato. Como a temática, ser ou não ser candidato, tem sido um assunto recorrente,  refiro-me  a uma nota recente, publicada pela Diocese de Itapipoca.
                        Diz a nota :  " ... o Padre Marques fará  sua desfiliação partidária, não terá compromisso político, nem para si, nem para outras pessoas."  Mas há de se perguntar, por que o Cânon não era cumprido? Por que ao mesmo tempo que trata de proibições,  há uma janela aberta, que o assunto fica a critério da autoridade eclesiástica.
                       A  história está repleta de religiosos envolvidos na política. Na França, no reinado de Luis XIV,  o Cardeal Richelieu, foi um poderoso 1º Ministro. No Brasil, no 1º reinado, Padre Feijó foi o Regente face a menor idade de  Pedro II.
                       No Ceará, o Padre Cícero, foi um destacado líder político, foi Prefeito de Juazeiro e Vice  Governador do Estado. 
                       Em  decisões mais recentes, o Arcebispo afastado de João Pessoa, D Aldo Pagotto, publicou norma que determinava a suspensão  do uso da ordem de  Clérigos envolvidos  em política partidária. A decisão foi obedecida? alguém deixou de ser Padre  ou Frei? Citem um caso de alguém que perdeu a  batina!!!
                       Na Paraíba, contrariando a decisão, Padre Luis Couto e Frei Anastácio se candidataram, tendo sido o Frei reeleito Deputado Federal em 2018. Qual a punição? ficaram impedidos de celebrar os sacramentos e só. 
                       Em  S Paulo, O Padre Afonso entre 2002 e 2014, exerceu três mandatos consecutivos de Deputado Estadual, não se reelegeu para o 4º, mesmo assim a Diocese de Taubaté permitiu que ele mantivesse as suas funções.
                       Outro caso  é em Alagoas,  o atual Prefeito de Delmiro Gouveia, Padre Eraldo, desafiou  a Diocese de Palmeiras  dos Índios,  que tinha proibido a sua candidatura, foi eleito, e acabou apenas suspenso da ordem temporariamente.
                       Hoje, os Clérigos envolvidos na política são inúmeros, vejam  os exemplos. Deputados Federais, Padre João (MG), Frei Anastácio (PB). Deputados Estaduais Padre Pedro (MG). Prefeitos  Padre Pedro, Beberibe -CE; Padre Inaldo, Nossa Senhora do Socorro-SE;  Padre Walmir, Picos - PI; Padre Jozias, Peritoró-MA; Padre Glaibson, Dianópolis-TO; Padre Eraldo Delmiro Gouveia-Al.
                       Há de se  lembrar, que o Vaticano é um Estado, possui representação diplomática nos países que são os Núncios,   e são Clérigos, então não há de se negar a participação política ,   nas relações internacionais.
                      Quanto a nota da Diocese de Itapipoca, vimos que há uma "flexibilização", e  temos que considerar ainda,  que em maio de 2019, D. Cavuto será alcançado pela "PEC da Bengala",  terá que afastar-se da Diocese, por completar 75 anos. O próximo lance, é pagar pra ver, o recuo pode ser estratégia política, até porque  o custo benefício da  desobediência compensa, alguém duvida?
                   

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