domingo, 22 de setembro de 2019

As castas dos servidores "miseráveis": um banquete com o dinheiro público!!!


                 AS CASTAS   DOS SERVIDORES "MISERÁVEIS" UM BANQUETE COM O  DINHEIRO PÚBLICO !!!


              "Meu salário é um misère !!!  foi isso que afirmou um Procurador mineiro, ao queixar-se de seu salário, durante uma reunião com seus  pares, ao tratar do orçamento do Ministério Público do Estado, ao não vislumbrar perspectiva de reajuste.
              Naquela ocasião, dizia o Procurador: " ... como é que o cara  vai viver com R$ 24.000,00? ... infelizmente eu não tenho origem humilde, não estou acostumado a tanta limitação... vamos ficar nesse misère ... tô deixando de  gastar R$ 20.000,00 em cartão... tô passando a gastar  R$ 8.000,00 ... estamos vivendo a base de antidepressivos ... vamos virar pedintes !!! ... quase ...!!! "
              Mas há um fato, que chama bastante atenção,  é a amnésia desse Procurador miserável. Sabem quanto ele deixou de  mencionar, em relação aos acréscimos, isto é; os "penduricalhos"? O bastante para que muitos brasileiros, possam viver com dignidade.
              Somente no mês de julho/2019, a sua remuneração foi de R$ 68.275,34, uma fortuna, para um país que paga para a maioria dos trabalhadores, um salário mínimo  de R$ 998,00.  Esse é o Brasil real, onde "castas" de famílias abastadas, adentram  a cargos do judiciário, como Promotores, Juízes, Procuradores,  e tornam-se "cavaleiros".
              A partir de então, através de um processo mental, deformam-se, é como se fossem abduzidos, tornam-se alheios a realidade, passam a ver os seus semelhantes como inferiores, aqueles a quem deveriam servir.
              Talvez  tenham sido, essas as razões pela quais,  esse Procurador arrogante, que se acha um "não humilde", "não acostumado a ter limitações", carro oficial a disposição,  e toda sorte de mordomias, não saber distinguir, o que significa uma vida misère, até porque,  no Brasil não há uma linha de pobreza oficial.
              Mas há um norte para isso, tomemos o exemplo do Banco Mundial, que usa como parâmetro, o valor de US$ 1,90 ao dia,  para aqueles que apenas dispõem  desse valor, para sobreviverem.
              Lá em Minas Gerais, estado onde o o ilustre Procurador trabalha, e que recebe a sua remuneração em dia,  atualmente, mais de 600.000 servidores, recebem de forma parcelada os seus salários.  É lá também onde estão, 21% da população mineira em situação de misère, não seriam esses os miseráveis, que o marajá mineiro finge não enxergar?
             Será que o ilustre Procurador, já ouviu falar do Vale do Jequitinhonha? é lá que se encontram municípios como José Gonçalves, Itinga, Araçuaí e tantos outros. São grotões!!! lugar de seca e pobreza, e de povo esquecido. Lugares assim, a miséria é uma chaga perene,  é ferida que não cicatriza, não há esperança,  e a única certeza quanto ao futuro é o "misère."
             Mas afinal de contas, o que  significa ser um miserável? não seriam os esquecidos, que passam fome em Japeri (RJ)? ou quem sabe os indigentes de Guaribas (PI)?  ou aqueles, que por um lapso de amnésia do Procurador  os de  Araçuaí(MG) foram desconsiderados?
            Considero um fato inusitado, o Procurador mineiro receber como remuneração US $ 17.000,00 (dezessete mil dólares), e imaginar que isso  é uma miséria. Mas vamos investigar o padrão de remuneração da França, já que tratamos de "misère". Curiosamente, lá, o Presidente da Corte de Cassação, equivalente ao nosso famigerado STF, não chega a  ganhar tanto, pois sua remuneração é de  8.800 Euros ( R$ 41.360,00), muito inferior a esse miserável, e veja, lá é primeiro mundo!!!
           Sabem vocês, porque existe tanta miséria no Brasil? é porque essas castas malditas, acham que tem o direito divino de abocanhar tudo!!! E o que dizer dos super salários recebidos, eles vão muito além, para proporcionar uma vida digna. Mais se prestam para alavancar luxos, na contramão da maioria da população, que tem que sobreviver salários de fome.
           Em se tratando de  padrão de remuneração digna, vejamos que na França, um juiz em final de carreira, tem remuneração de  8900 Euros, 5,8 vezes o salário mínimo local. Na mesma França, onde a educação não é um "lixo", e a maioria é pública, um professor do ensino fundamental, tem como remuneração 3482 Euros, 2,5 vezes menos  do que um juiz. Um motorista recebe 2200, 4 vezes menos que um magistrado!!!
           Não haverá luz no fim do túnel, enquanto prevalecer  essa arrogância de superioridade, onde pessoas imaginam que estudaram muito, e os demais não estudaram nada, com esse olhar de igualdade, tão somente em placas, não será transposto o Rubicão do fosso social.
           Que país é esse, onde se faz banquete com o dinheiro público, onde a realidade dentro de Tribunais tem outras cores e sabores, onde ninguém respeita a Constituição e todos acreditam no futuro da nação?
           Não seremos nós os miseráveis dessa ditadura da biometria?

             
     

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