O TESOURO DE UM HOMEM PÚBLICO
Suponhamos que daqui a "1000" anos, arqueólogos escavassem o que restou das ruínas de Itapajé, muito pouco seria encontrado como modelo de civilização. Junto aos vestígios, talvez fossem achados, traços de residencias suntuosas, fragmentos de porcelanatos, azulejos "azuis", possivelmente castiçais de prata ou quem sabe crucifixos de ouro, sob as ruínas de algum altar ou sacristia.
Quanto aos achados, denotariam indícios de uma sociedade harmônica e feliz? Longe disso, e não, seria a resposta. O que estaria evidenciado, seria um desejo acentuado da "casta dirigente" pelo poder, uma supervalorização dos bens materiais cominados com o apreço ao prestigio social a qualquer preço.
Os governantes são alçados ao poder sem nenhum mérito. Mesmo sendo, muitos deles indivíduos opacos, mas por conveniência política, são "ungidos com água benta", e pelo viés do atalho, sem nenhum compromisso com o social, esses entes "amorfos", matam a esperança, e deixam o povo profundamente infeliz.
E foi justamente sobre a felicidade, que um rei de terras longínquas, preocupado com a governança e bem estar de seus súditos, procurou incansavelmente, as respostas sobre suas angustias, e as obteve ao encontrar um "sábio ermitão".
Ao questiona-lo fez três indagações: qual a pessoa mais importante na vida de um homem? qual a tarefa maior na vida desse homem? e qual o momento mais importante na vida de um homem? O ermitão refletiu demoradamente e respondeu: a pessoa mais importante, é a que está na nossa frente. Quanto a maior tarefa, é fazer as pessoas felizes. E sobre o momento, é o momento presente.
Políticos chegam ao poder com a ilusão da conquista. Tornam-se cegos quando estão no poder, esquecem e não vêem as pessoas que estão a sua frente, preocupam-se em tão apenas acumular riquezas, não importando os atalhos e o viés da corrupção. Muitos tornam-se profissionais do crime, fazem da vida pública um modo de fazer negócios sujos.
Ledo engano, para aqueles que chegam ao topo de uma montanha, acreditando que venceram, e sem compreender o significado de uma escalada. Esquecem o que é honra, dignidade e caráter, passam a praticar toda sorte de crimes, saqueiam a saúde e matam a educação . Dito isso podemos afirmar, que era mentira as promessas políticas,que " as pessoas estariam em primeiro lugar"? fomos enganados ....? nos fizeram de tolos?
O tesouro mais valioso que um governante (prefeito), ou um líder religioso ( vigário) possa vir a ter, e deixar como legado, não está na sua capacidade em acumular riquezas, nem na obtenção de castiçais de prata nem crucifixos de ouro, e nem tampouco ter o dom da oratória, para convencimento de massas, capazes "ungir postes" para governança, e tornar um povo profundamente infeliz.
Lembremo-nos do general conquistador, Alexandre Magno, que ao cair doente ainda muito jovem, percebeu que seu fim estava próximo e determinou que:
Os tesouros por ele conquistados, fossem espalhados ao longo do caminho rumo ao seu túmulo. Quis também, que suas mãos ficassem dependuradas fora do caixão, as vistas do povo. Surpreso, um dos seus generais o interpelou: qual a razão do desejo tão incomum?
Alexandre Magno respondeu: " quero que o terreno a ser coberto por meus tesouros, para que todos possam ver , que os bens conquistados, aqui permanecem.... quero minhas mãos a balançar ao vento, de modo que o povo possa ver, que sai de mãos vazias. E de mãos vazias quando começamos, termina o tesouro mais importante que é o tempo".
Fazer as pessoas felizes, esse seria o maior tesouro a ser deixado por de um administrador público; não foi dito que as pessoas que elas estariam em primeiro lugar? foi uma mentira que o povo acreditou?
Sigam as pegadas de Alexandre Magno, " ... a vida é um trem bala ... e a gente é só passageiro..."
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