segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Uma lenda apache



                                                              UMA LENDA APACHE

                             Conta uma lenda apache, que os antigos relatam,  que o filho guerreiro mais  velho, deveria conduzir  o pai  para o "Campo Santo",  para que la morresse, quando  não pudesse  caçar e nem pescar, e este se tornasse um estorvo para a aldeia.
                             Um dia um jovem guerreiro, percebendo que o pai não tinha mais força para caçar, e nem manter-se sozinho,  contrariado arrumou um grande alforje, contendo os pertences do pai, alguma comida,  aparatos de caça e de guerra, e levou-o para morrer, em um "Campo Santo".
                             Empreendera a viagem, e ao chegar colocou o pai em uma tenda. Arrumou todas as coisas, e deu a ele um cobertor novo e muito grande e felpudo. E disse ao pai: esse é o melhor cobertor que um apache pode ter, e é por isso que estou lhe dando, pois você foi o melhor pai que um apache pôde ter.
                            O velho após ouvir o que o filho disse,  pegou o cobertor cortou ao meio, dobrou  uma das metades e disse:  não preciso de um cobertor tão grande, por isso peço  que guarde a outra metade, porque o seu filho pode não ser tão generoso, quanto você foi comigo.
                            O jovem não conteve a emoção, julgou-se o mais ingrato do mundo, por não retribuir tudo de bom que o seu pai fez. Pois o pai mesmo sendo abandonado no "Campo Santo", ainda se preocupava com ele.
                            Não se conteve, desmontou a tenda e juntou todos os pertences, e levou o velho pai de volta a aldeia, e a partir daquela data, os velhos não mais seriam abandonados em um "Campo Santo" para morrerem.
                            E  ficou decidido,  que estes se constituiriam, no "Conselho de Anciãos", com experiências de vida, participariam de todas as decisões importantes, a serem tomadas por aquele povo.
                           Desde então, o destino do povo apache, era submetido ao "Conselho dos Anciãos", que era composto pelos índios mais velhos da aldeia, e nunca mais um velho pai  foi visto como um ente imprestável,  que quando não mais  conseguisse manter-se, pudesse ser abandonado.
                                           

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