sexta-feira, 17 de março de 2017

Nepotismo - Uma praga de parentes

NEPOTISMO: UMA PRAGA DE PARENTES
   
                      A "fome" de parentes, por cargos públicos, nos remete ao passado, onde em administrações de papados; os vínculos familiares garantia  um lugar, em  cargos públicos.
                       Os tempos passaram, mas essa terrível praga, não foi exterminada da sociedade. Governantes, mal assumem , preenchem os cargos da administração, não por meritocracia, mas por grau de parentesco.
                        O princípio da impessoalidade, que deveria nortear a administração, é literalmente ignorado, momeiam, pai, mãe, filho, irmão, sobrinho, cunhado, enteado, parentes do cônjuge. Isso pode até ter aspectos de legalidade, mas é uma imoralidade sem precedentes.
                         No Ceará, uma das mais emblemáticas administrações, sob a batuta do nepotismo, que durou 16 anos, com o domínio político e administrativo, dos cargos públicos, por parentes, foi a oligarquia Accioly.
                          Como Presidente  do estado, Nogueira Accioly, ao entrar para o governo, estava com os bens hipotecados, montou uma engrenagem,  que tomou conta do tesouro do estado, pagou credores e ainda fez fortuna.
                          Ao assumir a Presidência do estado, acumulou também  a do partido. Para as Secretarias de Justiça e Interior, momeou  um filho, José Pompeu Accioly, também professor catedrático da Escola Normal, sem concurso, famoso por receber dos cofres  públicos o aluguel da casa em que residia.
                           Para ajeitar melhor a rapinagem, momeou outro filho para as  obras públicas, Benjamim Accioly,  professor catedrático do Liceu, momeado, sendo também deputado estadual.
                           Como se não bastasse, momeou o genro,  Raimundo Borges,  para Fiscal de Obras, o cargo não existia. Aliás, o genro,  era oficial do exército, comandante da polícia, deputado estadual. Quanto aso cargos, todos devidamente remunerados pelo estado.
                           Quanto a Secretaria de Fazenda do estado,  muito sabiamente, momeou outro filho, Antônio Nogueira Accioly Filho, assim as finanças estaria em família. O ilustre secretário, também era professor da Faculdade Livre de Direito, mesmo licenciado, recebia integralmente todos os vencimentos.
                            Aprovados em família, todos os planos de obra, orçamento em família, fiscalização em família, não haveria problemas na assembléia, pois tudo estava em família. No legislativo estadual,  a maioria era composto de primos, sobrinhos, genros dentre outros. Sem discussão, "todos permaneçam como estão": aprovado.
                           Na esfera federal, tinha os filhos, José Pompeu Pinto Accioly, Tomás Pompeu Pinto Accioly e o genro Francisco Sá, todos deputados federais.
                           Foi desta forma, sem nenhum impedimento,  que parentes  se tornaram grandes proprietários, e filhos acumularam fortuna, em um estado onde  a pobreza não tinha nome,  a lista dos Accioly que viviam as custas  do tesouro do estado, não cabiam na página de um jornal.
                                    Enquanto isso, sob as vistas do monte lendário, o frade compassivo, contempla o vale repleto de nepotes ...
     

             

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